O presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, disse, neste sábado (5), que “é necessário negociar transições justas”.
A afirmação foi feita no encerramento do painel de “Estratégias de transição energética e descarbonização” do Fórum Empresarial do Brics, no Píer Mauá, no Centro do Rio.
O evento acontece na véspera da cúpula do Brics e levanta discussões importantes, este ano principalmente em relação ao desenvolvimento sustentável.
Também participaram do painel a Diretora de Operações do Fundo Vale, Patrícia Daros, o CEO da UPL, Jai Shroff, o CEO da Companhia de Aeroportos da África do Sul, Mpumi Mpofu, o CEO da divisão regional da DP World, Rizwan Soomar, a Vice-Presidente Executiva e Diretora de Estratégia da China Investment Corporation, Zhao Haiying, e a Diretora Executiva da Qalaa Holdings e da Grandview Investment Holdings, Marianne Ghali.
André Corrêa do Lago também afirmou que “vai demonstrar que já estamos mais avançados do que as pessoas imaginam” e que “o custo da transição está sendo exagerado por algumas partes”.
No mês passado, em entrevista à CNN, o embaixador já tinha defendido uma transição energética justa, que não exclua setores econômicos baseados em combustíveis fósseis, mas que utilize esses recursos para avançar a agenda de energias renováveis.
Segundo ele, é necessário encontrar meios para que a floresta preservada passe a valer mais do que o desmatamento para as atividades econômicas.
“O combate à mudança do clima não é necessariamente ruim. Pelo contrário, traz um estímulo à economia”, disse.
Corrêa Lago citou os carros elétricos e biocombustíveis como exemplos bem-sucedidos.
“Olha o que aconteceu na China. A China é uma revolução na área de energia, uma revolução na área de carros elétricos. Veja, no próprio Brasil, nossa solução dos biocombustíveis que está sendo adotada pelo resto do mundo, o exemplo da nossa agricultura de baixo carbono para o resto do mundo”.
Na terceira carta da Presidência da COP30, divulgada em maio, Correa Lago reforçou o chamado global para acelerar a transição energética e iniciar o afastamento dos combustíveis fósseis.
O documento destacou que o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris (GST) deve guiar os próximos passos das negociações climáticas e serve como base para a chamada “Missão 1.5”, que busca limitar o aquecimento global a 1,5°C.
Segundo o documento, países e instituições devem se comprometer com três metas interligadas: triplicar a capacidade global de energia renovável, dobrar a taxa de melhoria da eficiência energética e promover uma transição energética justa e ordenada que reduza progressivamente o uso de combustíveis fósseis.
A carta aponta que esses objetivos só serão alcançados com cooperação internacional, mudanças estruturais e pensamento sistêmico.
*Com informações de Américo Martins e Mariana Catacci
Fonte: CNN Brasil