quinta-feira, julho 17, 2025
HomeInternacionalEUA acusam Hamas por ataque a trabalhadores humanitários em Gaza

EUA acusam Hamas por ataque a trabalhadores humanitários em Gaza

Os Estados Unidos acusaram o Hamas por um ataque que feriu dois trabalhadores humanitários americanos da GHF (Gaza Humanitarian Foundation) em um ponto de distribuição de alimentos na Faixa de Gaza no sábado (5).

A GHF, que conta com apoio dos EUA e de Israel, afirmou em comunicado que os americanos feridos estavam recebendo tratamento médico e se encontravam em condição estável, com ferimentos que não colocam suas vidas em risco.

“O ataque, segundo informações preliminares, realizado por dois agressores que lançaram duas granadas contra os americanos, ocorreu ao final de uma distribuição bem-sucedida, na qual milhares de habitantes de Gaza receberam alimentos com segurança”, informou a fundação.

A porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Tammy Bruce, atribuiu o ataque a “terroristas do Hamas”.

“Esse ato de violência contra pessoas que estão, de fato, trazendo ajuda aos habitantes de Gaza revela a depravação do Hamas”, escreveu ela em uma publicação na rede X.

“A GHF já distribuiu mais de 62 MILHÕES DE REFEIÇÕES – nada deterá esses corajosos trabalhadores humanitários. Estamos orando pela rápida recuperação dos americanos feridos.”

No domingo (6), o Hamas se pronunciou a respeito e rejeitou a acusação de que estaria envolvido no ataque à GHF.

Mais cedo, o Exército de Israel havia acusado o que chamou de “organizações terroristas” de sabotar a distribuição de ajuda humanitária em Gaza.

A GHF, que começou a operar em Gaza em maio, utiliza contratados militares privados dos EUA para fornecer segurança em seus pontos de distribuição.

A Faixa de Gaza tem registrado uma escalada na violência enquanto continuam os esforços para alcançar um acordo de cessar-fogo.

Na sexta-feira (4), o Hamas afirmou ter respondido de forma positiva a uma proposta mediada pelos Estados Unidos e se declarou disposto a iniciar negociações.

O presidente dos EUA, Donald Trump, tem uma reunião marcada com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na segunda-feira (7).

As autoridades de Gaza relataram que pelo menos 70 pessoas foram mortas no território pelas forças militares israelenses nas últimas 24 horas, incluindo 23 nas proximidades de pontos de distribuição de ajuda humanitária. O ministério da saúde de Gaza não especificou os locais exatos ou as circunstâncias das mortes.

O Exército de Israel não comentou imediatamente os relatos.

Em um comunicado divulgado na sexta-feira (4), os militares israelenses afirmaram que suas tropas mataram 100 combatentes em Gaza na última semana e que agora possuem “controle operacional” sobre 65% do território, após uma ofensiva contra militantes do Hamas no norte.

Na quinta-feira (3), o ministério do interior de Gaza, controlado pelo Hamas, havia alertado os moradores do enclave costeiro para não colaborarem com a GHF, alegando que incidentes fatais próximos aos locais de distribuição colocavam em risco a população faminta.

A GHF opera fora dos canais tradicionais de ajuda humanitária, incluindo as Nações Unidas, que afirmam que a organização, com sede nos EUA, não é imparcial nem neutra.

Desde que Israel suspendeu um bloqueio de 11 semanas à entrada de ajuda em Gaza, em 19 de maio, a ONU relata que mais de 400 palestinos foram mortos enquanto tentavam obter alimentos. Um alto funcionário da ONU afirmou na semana passada que a maioria das vítimas estava tentando acessar pontos de distribuição gerenciados pela GHF.

O mais recente ciclo de violência no conflito israelo-palestino, que já dura décadas, foi desencadeado em outubro de 2023, quando o Hamas lançou um ataque no sul de Israel, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns, segundo números israelenses.

O ministério da saúde de Gaza afirma que a ofensiva militar de retaliação por parte de Israel já matou mais de 57 mil palestinos. A campanha também gerou uma crise de fome, deslocou toda a população de Gaza internamente e provocou acusações de genocídio e crimes de guerra. Israel nega essas acusações.

Fonte: CNN Brasil

RELATED ARTICLES
spot_img
Publicidade

MAIS POPULARES

Publicidade