Em discurso na Cúpula do Brics, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o atual modelo do Banco Mundial e do FMI (Fundo Monetário Internacional) e disse que a estrutura empregada sustenta “um plano Marshall às avessas”.
“As economias emergentes, em desenvolvimento, financiam o mundo mais desenvolvido. O fluxo de ajuda internacional caiu e o custo da dívida dos países mais pobres aumentou”, disse o presidente neste domingo (6), no Rio de Janeiro.
A fala ocorreu na 2ª sessão deste domingo, intitulada “Fortalecimento do Multilateralismo, Assuntos Econômico-Financeiros e Inteligência Artificial”.
Lula disse ainda que o sistema neoliberal aprofunda as desigualdades e cobrou “justiça tributária” e o combate à evasão fiscal.
Ambas as pautas foram classificadas pelo presidente como fundamentais para consolidar estratégias de crescimento inclusivas e sustentáveis próprias para o século XXI.
O mandatário brasileiro falou também sobre a OMC (Organização Mundial do Comércio) e afirmou que é preciso um equilíbrio justo de obrigações e direitos entre membros da para restaurar a confiança do órgão global.
Em discurso, Lula ressaltou que a recalibragem deve refletir “adequadamente os interesses de todos os seus membros”.
O tom de preocupação com os órgãos econômicos globais e com o cenário geopolítico vai de encontro com a declaração conjunta do Brics divulgada hoje.
No documento, os líderes do bloco manifestaram grandes “preocupações” com uma escalada protecionista em forma de tarifas e medidas não-tarifárias na economia global e voltaram a defender um comércio multilateral.
Fonte: CNN Brasil