Deepfake será a ‘vilã’ da segurança digital em 2020, diz relatório

A tecnologia deepfake, que usa aprendizado de máquina e inteligência artificial (IA) para criar vídeos falsos, é uma das maiores ameaças à segurança digital em 2020. Esta é a conclusão da McAfee em um relatório publicado na última quarta-feira (4). Segundo a empresa, recentes avanços em IA deram a criminosos menos qualificados a capacidade de produzir clipes convincentes, nos quais a pessoa faz algo que nunca fez na vida real. A tecnologia, inclusive, é usada com frequência na produção de vídeos pornográficos e já fez vítimas famosas, como Gal Gadot, Emma Watson e Barack Obama.

“Os contínuos avanços em inteligência artificial e aprendizado de máquina levaram a ganhos tecnológicos inestimáveis, mas os atores de ameaças também estão aprendendo a alavancá-los de maneiras cada vez mais sinistras”, disse Raj Samani, cientista chefe da McAfee.

Deepfakes serão a maior ameaça de segurança para 2020, prevê estudo da McAfee — Foto: Divulgação/Deep Trace

No documento, a empresa ressalta que a capacidade de criar conteúdo falso não é nova. O que mudou agora é que é possível produzir vídeos falsos muito convincentes sem ser expert em tecnologia. Além de ferramentas audiovisuais gratuitas que oferecem a qualquer pessoa recursos capazes de manipular imagens de forma realista, existem empresas que vendem o serviço online.

“Deepfakes podem se transformar em armas para intensificar a guerra de informação”, afirma Steve Grobman, diretor de tecnologia da empresa. O aumento do alcance da técnica de manipulação de imagens preocupa governos e autoridades internacionais. Pensando em diminuir o impacto dos deepfakes nas eleições presidenciais de 2020, o Congresso dos Estados Unidos entrou em ação contra os vídeos falsos.

“Os adversários tendem a usar a melhor tecnologia para atingir seus objetivos. Por isso, se pensarmos em atores estatais tentando manipular uma eleição, usar vídeos deepfake para influenciar a audiência faz muito sentido. Eles tentarão criar divisões na sociedade”, completa Grobman. A McAfee alerta ainda que o reconhecimento facial, tecnologia cada vez mais presente no dia a dia, pode ser comprometida com o avanço dos deepfakes.

“Computadores aprimorados podem processar rapidamente inúmeras biometrias de uma face e criar ou classificar matematicamente características humanas”, explica Steve Povolny, chefe de pesquisas de ameaças avançadas da McAfee. Segundo ele, as empresas e entidades governamentais devem estar a par desses riscos e investir no fortalecimento dos sistemas de segurança.

Outras ameaças para 2020

Os deepfakes não são a única ameaça para a segurança digital em 2020. A McAfee alerta que os ataques de ransomware continuarão a crescer e darão lugar a ataques de sextorsão em dois estágios. As APIs (Application Programming Interface ou Interface de Programação de Aplicações, em português) também estão ameaçadas e podem ser expostas a partir de vulnerabilidades nativas nos serviços em nuvem. Por último, a empresa destacou a importância da abordagem DevSecOps (Desenvolvimento + Segurança + Operação, em português) para reforçar a segurança de softwares desenvolvidos a partir da chamada tecnologia de containers.

Via McAfee

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