Oncologista, Teich tinha missão de equilibrar isolamento e economia

O oncologista e empresário do setor da saúde Nelson Teich, então ministro da Saúde, que pediu demissão nesta sexta-feira (15), chegou ao Ministério da Saúde para substituir Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS), demitido após discordar do posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, sobretudo, sobre políticas de isolamento social. Ele deixa a função, em meio à pandemia do coronavírus, antes de completar um mês à frente da pasta. 

Nascido no Rio de Janeiro, o médico se formou pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), em 1980, e se especializou em oncologia no Instituto Nacional de Câncer (Inca). Atualmente, é sócio da Teich Health Care, uma consultoria de serviços médicos.

Embora tenha sido escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para equilibrar temas como o isolamento social e os rumos da economia em meio à crise, Teich afirmou, desde sua primeira fala como ministro que não haveria mudanças radicais na política adotada até aquele momento por seu antecessor.

Em pronunciamentos e coletivas de imprensa, ele afirmava que tomaria decisões com base em critérios técnicos. “Não vai haver qualquer definição brusca ou radical do que vai acontecer. O que é fundamental hoje é que tenhamos mais informações sobre o que acontece com as pessoas com cada ação tomada”, disse. No entanto, ainda durante o primeiro discurso no Ministério da Sáude, disse existir um alinhamento completo entre ele e Bolsonaro. 

Teich reforçou ainda, na ocasião, a importância de trabalhar com base em uma “área de dados e de inteligência” para as ações adotadas e de se fazer um “programa” robusto de testes para coronavírus.

“Quando se tem muita incerteza, colher dados é fundamental. Temos que entender mais da doença. Quanto mais fizermos isso, maior vai ser nossa capacidadade de administrar o momento, planejar o futuro e sair da política de isolamento, porque isso é fundamental. As pessoas vão ter muita dificuldade em se isolar.”

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