Muitos paraibanos foram enganados há mais de uma década pelo político que iniciou sua vida pública nos movimentos populares e estudantis. Foi vereador, deputado Estadual, prefeito de João Pessoa e governador da Paraíba, ganhou até o título de “mago trabalhador.” Era um gestor intocável, e muito se discutia sobre sua lisura com a coisa pública. Achavam ele austero, um governante que zelava pelo dinheiro público, onde não roubava e nem deixava roubar.

Com o passar dos tempos a farsa foi se desenhando de austero, “mago trabalhador”, para investigado pelo Ministério público da Paraíba, Gaeco e Polícia Federal, onde passo a passo nas investigações se comprovou que de austero e transparente Ricardo Coutinho não tinha nada. Caiu por terra a máscara de um político muitas das vezes endeusado pela população paraibana, e foi constatado um rombo na saúde pública da Paraíba de 134 milhões, dinheiro desviado pela quadrilha criada para saquear os cofres do Estado.

A Operação Calvário após investigações conseguiu prender vários envolvidos, inclusive o ex-governador Ricardo Coutinho que passou pouco tempo preso, por brechas e facilidades nas leis brasileiras. Foi solto por uma decisão do ministro do STJ Napoleão Nunes Maia Filho, numa prova que a impunidade reina no Brasil para os que desviam o dinheiro público. Dos 134 milhões de reais, apenas 825 mil foram devolvidos e destinados a compra de 15 respiradores para o tratamento das vítimas do Coronavírus. Muito pouco, uma merreca considerando o que desviaram da saúde pública da Paraíba. Resta agora à sensibilidade do ex-governador Ricardo Coutinho, que ele faça uma doação para socorrer as vítimas do Coronavírus na Paraíba.