Mulher desabafa: ‘Peguei Covid-19 sem ter saído de casa’

Uma mulher de 32 anos, da cidade de Santarém, no Pará, fez um longo desabafo após cumprir um rígido isolamento social e ainda assim ser infectada pelo novo coronavírus.

De acordo com o relato da professora Sabrina Tainá Lavor Monteiro para a revista Marie Claire, ela e uma amiga, Larissa, decidiram passar a quarentena juntas. Ela diz que nenhuma das duas saía de casa, e recebiam entregas de motoboys com luvas, máscara e álcool em gel. Ainda assim, as duas foram contaminadas.

Larissa, a colega de isolamento, apresentou os primeiros sintomas.

– Eu não me conformava. Como ela poderia ter sido infectada tomando tantos cuidados, seguindo todas as orientações? Vacilar era a única coisa que eu não podia. Além de usar máscara e luvas, ainda desinfetávamos todas as embalagens que recebíamos de supermercados e deliveries – contou.

Poucos dias depois, foi a vez de Sabrina manifestar os sintomas da doença. A diferença é que a anfitriã se recuperou após alguns dias. Sabrina não teve a mesma sorte e ficou internada por 35 dias entre a vida e a morte. Uma tuberculose que teve há alguns meses ajudou a piorar o quadro.

– Ambas testamos positivo. Recebemos também a tomografia que mostrava um aspecto de vidro fosco, característico desse vírus, em pelo menos 15% do meu pulmão. Larissa estava um pouco melhor. Fiquei arrasada, rezando sem parar com medo de ter que voltar ao hospital – disse a professora.

Felizmente a jovem se recuperou após um longo período de sofrimento, intercalado com fortes dores no pulmão, cansaço extremo e vários momentos de desespero. Sabrina diz que, apesar do grande trauma, se sente fortalecida após vencer a doença.

– Sabe aquele ditado que diz que ‘o que não te mata, te fortalece’. Faz todo sentido para mim agora. Sou portadora de fibromialgia, sobrevivente de um AVC, já passei por um zika vírus, tive recentemente uma tuberculose e agora também venci a Covid-19. Vi a morte de perto – relatou à Marie Claire.

Até hoje Sabrina não sabe em que momento da quarentena o vírus acabou entrando em casa. Ela acredita que um dos lanches possa ter levado a doença.

– Tínhamos pedido um bolo de chocolate e Larissa recebeu o entregador. Ela usava máscara e luvas, mas ele estava completamente desprotegido. Lembro bem disso porque comentamos o fato de ele estar exposto assim. Trabalhando na rua diariamente, sem qualquer amparo. Desinfetamos toda a embalagem com álcool gel, conforme manda o protocolo, mas acredito que alguma coisa escapou ao nosso controle – finalizou.

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