‘Não estou me sentindo uma estudante’: aluna Paulistana reclama do ensino on-line durante pandemia!

Os futuros médicos, advogados, engenheiros,  professores e administradores do Brasil , neste momento,  estão sendo formados no ensino médio de forma improvisada. Esses são os casos, por exemplo, da   aluna de 17 anos, Júlia Salomon, da Escola Estadual Fernão Dias Paes, de São Paulo, capital, que, como milhares de estudantes,  perdeu as salas de aula para o coronavírus. Em comum, todos estudantes têm a sensação de que não estão aprendendo como deveriam.Um sistema emergencial foi montado em algumas capitais brasileiras para substituir as aulas presenciais. A prática foi adotada em diversos países do mundo, com algumas variações. Especialistas em educação, no entanto, apontam que as perdas são inevitáveis e que essas atividades não poderiam contar como horas letivas.

Pelo que relata a aluna, está faltando mais empenho dos professores para ensinar à distância, em decorrência da pandemia. Há mestres que estão apenas enviando bateria de exercícios para os alunos resolverem, sem um vídeo explicativo, sem um áudio, sem interesse em ensinar por videoconferência.
Para um estudante acompanhar, por exemplo, matérias de exatas, fica bastante difícil o aprendizado. 
Sabe-se que os professores, na maioria dos estados, continuam recebendo seus salários, mas oferecendo, infelizmente, uma educação deficiente. 

ATENÇÃO, PROFESSORES E ESCOLAS! ALUNOS NÃO SÃO ROBÔS!

Veja o relato da aluna:

“Bom dia!

Venho por meio desta mensagem literalmente como representante do 3º ano B.

As atividades não estão conseguindo ser realizadas completamente, toda a turma está com dificuldade, e o que fazemos é com respostas prontas da internet. Algumas pessoas têm a oportunidade de fazer cursinho, mas muitos como eu, trabalham mais de 6 horas por dia, e apenas aos fins de semana podem estudar. Muito dificilmente conseguimos sanar nossas dúvidas com os professores por e-mail, até porque às vezes sabemos tão pouco sobre o assunto que não conseguimos formular uma dúvida. Teve um professor que nos passou 121 exercícios em uma única quinzena. Não é porque não estamos tendo aulas presenciais que temos o tempo suficiente pra fazer tudo isso, ainda mais com tanta falta de explicação, não há como aprender assim. Isso além de um manifesto, é também uma súplica, para que haja mais empatia conosco. Agradecemos imensamente aos professores que se dispuseram a gravar vídeo aulas. Mas temos tantos recursos, como Google Meet, Google Classroom e etc, que fica difícil de entender o porquê de tantas escolas públicas estarem tendo aulas EAD e nós não. É falta de recursos dos professores? Porque não achamos que seja. Se for, gostaríamos pelo menos de uma explicação, porque estamos nos tornando o resultado do descaso, não conseguir realizar uma atividade de matemática, que normalmente não seria um problema para o terceiro ano, é caótico e constrangedor.

Peço gentilmente que a direção e coordenação analisem essa situação.

“aulas” nós não temos, mas as atividades estão sendo enviadas desde o começo da quarentena em março.”

Atenciosamente,

3º ano B.

Aluna representante Júlia Salomon, escola Estadual Fernão Dias Paes – SP

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