Um novo livro detalha a relação entre os Estados Unidos, a China e a OMS ao longo da pandemia do novo coronavírus.
A narrativa mostra como o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, elogiou cautelosamente Pequim em público, enquanto pressionava o regime chinês em conversas particulares.
O texto ainda evidencia como o governo do ex-presidente Donald Trump minou essa tática com a hostilidade aberta contra a China e a OMS.
“Tremores secundários: Política Pandêmica e o Fim da Velha Ordem Internacional” é o nome do título escrito por Thomas Wright e Colin Kahl. O lançamento aconteceu na terça-feira (17).
O livro revela como o chefe da OMS perdeu a paciência com a China:
“Quando um cientista da OMS em uma investigação sobre as origens do coronavírus anunciou em fevereiro que a ideia de que o vírus vazou de um laboratório era ‘extremamente improvável’ e indigna de uma investigação mais aprofundada, a equipe sênior da OMS em Genebra ficou chocada.”
“Caímos de nossas cadeiras”, disse um membro da OMS aos autores do livro, segundo o jornal The Washington Post.
A equipe de especialistas em Wuhan parece ter cedido à pressão chinesa para rejeitar a ideia sem uma investigação real sobre a origem da Covid-19.
Mais tarde, quando a equipe da OMS-China divulgou um relatório que mais uma vez rejeitou a possibilidade de vazamento laboratorial, Tedros rebateu, dizendo que a pesquisa não era “extensa o suficiente” e que não havia “compartilhamento de dados abrangente e oportuno“.
Desde então, as relações entre a OMS e a China continuam em queda livre.