Narcotráfico matou Dom e Bruno. E agora? Não haverá mais como capitalizar politicamente a tragédia…

O jornalista LucianoTrigo publicou um artigo primoroso nesta sexta-feira (17), no jornal Gazeta do Povo.
Pedimos licença para oferecer a transcrição na íntegra para os leitores do Jornal da Cidade Online.
Eis o texto:
“Um dos sinais mais tristes da degradação moral e da sordidez espiritual do nosso tempo é a exploração política da morte pelas carpideiras ideológicas. Como urubus em cima da carniça, nos últimos 10 dias a lacrosfera se mobilizou em peso nas redes sociais e na grande mídia para tentar jogar no colo do governo a responsabilidade pelo desaparecimento do indigenista Bruno Araújo Pereira e do jornalista britânico Dom
Phillips no Vale do Javari, na Amazônia.
Parecia revolta? Era apenas vigarice. A indignação, como sempre, foi seletiva: a tragédia só interessava como pretexto para exibir virtude, ficar bem na fita e sabotar o adversário de sempre.
Protestavam e derramavam lágrimas de crocodilo, mas no íntimo estavam comemorando. Porque, sempre que uma tragédia pode ser usada contra o governo e capitalizada politicamente, eles festejam, com mal disfarçado entusiasmo. Só querem palco, tribuna e palanque para ostentar superioridade moral e exercer seu ativismo.
Que tristeza

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