Exército antecipará troca do comandante da Guarda Presidencial

O tenente-coronel Jorge Paulo Fernandes da Hora teve sua saída do posto de chefe do Batalhão da Guarda Presidencial (BGP) antecipada para a próxima sexta-feira (27), em razão das desconfianças acerca de sua atuação nos atos do dia 8 de janeiro. A troca de cargo, que estava prevista para fevereiro, ocorre em meio a investigações internas contra o militar.

Segundo informações do Jornal O Globo, apesar da dispensa, Fernandes será realocado para ocupar a função no Estado-Maior do Comando Militar do Planalto, em Brasília. O tenente-coronel Nélio Moura Bertolino será o próximo dirigente do BGP.

O desligamento de Fernandes vem após a divulgação de um vídeo que chegou ao conhecimento do ministro da Defesa, José Múcio. Nas filmagens, o ex-chefe do BGP aparece discutindo com policiais miliares enquanto as depredações se desenrolavam na Praça dos Três Poderes.

O conteúdo contribuiu para a desconfiança, por parte de Múcio e outros aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de que Fernandes teria sido negligente durante os distúrbios em Brasília. No entanto, o ministro da Defesa afirmou que aguardará as investigações para que não cometer injustiças.

– Esse próprio vídeo eu entreguei, porque mandaram para mim, e está sendo investigado. Se for provado, por que uns dizem que ele estava reclamando de procedimento, outros dizem que ele era culpado. A minha preocupação, e a do presidente também, é que nós não partamos para punir quem não merece, mas punir quem merece. Se for provado, ele será condenado – afirmou Múcio.

A decisão de dispensar Fernandes ocorreu durante reunião do novo comandante do Exército, general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, com a cúpula militar. Para eles, a troca na chefia do BGP contribuirá para amenizar as tensões entre o governo federal e as Forças Armadas. A saída, no entanto, já estava prevista desde maio de 2022, tendo sido apenas antecipada.

O governo Lula vem acumulando demissões a militares desde os atos do dia 8 de janeiro. Até o momento, mais de 80 oficiais foram exonerados de cargos ligados ao Planalto. A ideia é fazer uma espécie de expurgo após o fim da gestão Bolsonaro (PL) e as depredações às sedes dos Três Poderes.

fonte: P.N

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