Pressão nas redes sociais levou o Lula a mudar de discurso sobre a guerra na Ucrânia, demitir o chefe do GSI e manter isenção sobre importados

O presidente Lula costuma iniciar sua agenda de trabalho em Brasília numa
reunião com um grupo seletos de ministros. No encontro, tratam de medidas
administrativas, traçam estratégias e analisam o noticiário. Além disso, numa
novidade em relação aos mandatos anteriores, eles se debruçam sobre
relatórios com os temas mais palpitantes nas redes sociais.


Esses relatórios revelam como o universo digital reagiu ou está reagindo a
ações e discursos presidenciais e servem de bússola, em muitos casos, para o
governo. Se a repercussão é positiva, determinada iniciativa é mantida. Caso
contrário, é devidamente “ajustada”. Foi o que ocorreu em três casos recentes

Influenciado pelas redes sociais, Lula mudou seu discurso sobre a guerra na
Ucrânia, descartou o fim da isenção nas compras internacionais de até 50
dólares e demitiu o general Gonçalves Dias do cargo de chefe do Gabinete de
Segurança Institucional (GSI). Detalhes desses casos estão em reportagem
publicada na nova edição de VEJA.


Os ajustes foram feitos diante da constatação de que num país dividido, em que
o bolsonarismo ainda é uma força política inegável, Lula não pode perder
popularidade. Como diz um de seus ministros, as mudanças de rotas têm de
ocorrer quase que instantaneamente, na velocidade das redes sociais — ou dos
novos tempos.

Últimas Notícias