‘Começou o jogo, vamos jogar’, diz Lula sobre decisão do Congresso

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou, nesta quinta-feira, 25, o
que, segundo ele, tem sido alardeado como mais uma derrota do governo no
Legislativo. Na quarta, 24, comissão especial do Congresso aprovou o relatório
que retira atribuições e órgãos dos ministérios do Meio Ambiente e
dos Povos Originários. O texto, que ainda deverá ser votado por deputados e
senadores em plenário, foi o estopim para a intensificação das tensões
com Marina Silva (Meio Ambiente), que afirmou que o governo passa por
uma “crise dos seis meses”.


“Fui ver o noticiário hoje e a impressão que eu tive é que o mundo tinha
acabado. ‘Lula derrotado pelo Congresso’, ‘Acaba-se ministério disso, acaba-se
ministério daquilo’”, ironizou o presidente durante evento em comemoração ao
Dia da Indústria, na Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo). “O que está acontecendo é a coisa mais normal. A comissão no
Congresso resolveu mexer (…) e agora começou o jogo. Nós vamos jogar, vamos
conversar com o Congresso”, declarou.

Lula ainda alertou para o perigo de uma possível “insurgência” que a antipatia
em relação à política pode representar. “Toda vez que a sociedade começa a se
assustar com a classe política, o resultado é infinitamente pior (…). Nós já
tivemos lições e precisamos lembrar que, por pior que seja a política, é nela e
por ela que se tem as soluções para os problemas desse país”.

MP dos Ministérios


A comissão mista de deputados e senadores aprovou na última quarta-feira, 24,
o relatório do deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL) sobre a medida
provisória 1.154/23. O texto, que manteve o esvaziamento dos ministérios do
Meio Ambiente e dos Povos Indígenas, retira da pasta de Marina a Agência
Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), que passa para o Ministério de
Integração e Desenvolvimento Regional, de Waldez Góes, e o Cadastro
Ambiental Rural (CAR), que vai para o Ministério da Gestão e Inovação em
Serviços Públicos, comandado por Esther Dweck. A ministra também perde o
controle do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, que vai
para o Ministério das Cidades, de Jader Filho. A MP também tira a
demarcação de terras indígenas do Ministério dos Povos Indígenas e passa para
o Ministério da Justiça.

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