Joice Hasselmann depois do fundo do poço: ‘Me sentia presa, criticada e depressiva em um corpo que não era meu’

Ao tornar-se inimiga número 1 do ‘gabinete do ódio’, a ex-deputada entrou numa espiral de doença e depressão até decidir que precisaria mudar de vida. Ressurge então uma nova Joice, 24 kg mais magra e dedicada a consolidar-se como empresária do ramo da beleza. Em entrevista a Marie Claire, fala sobre as diferentes fases e como hoje se diz uma ‘feminista de direita’ – embora considere o termo ‘cafona’

“Você me fez perder o horário de tomar o Whey [Protein]”, diz a ex-deputada federal Joice Hasselmann no instante em que o gravador é desligado, ao encerrarmos a entrevista de 1h30 em seu amplo apartamento no bairro de Higienópolis, em São Paulo. 24 kg mais magra do que no começo do mandato, em 2019, a “empresária do ramo da beleza”, como ela mesma se define, agora quer ficar “marombadinha”. E mostra a foto de sua irmã fisiculturista no celular. “Mas não tanto assim. Quero ter uma vida normal”, explica.

A vida profissional de Joice, até então absolutamente voltada para a política institucional – por anos como jornalista e depois na Câmara Federal, hoje pode ser resumida em duas palavras: Protocolo JH.

A jornalista recorda que estava deitada em uma maca de hospital, recém operada, quando dcidiu que mudaria de vida. Era 2020 e sofria de um desequilíbrio hormonal que a levou a ser internada. “Ouvia os barulhinhos dos equipamentos do hospital e resolvi que não daria àqueles bolsonaristas a minha vida”, conta.

E assim começou o que mais tarde nomearia de Protocolo JH, a partir de uma dieta baseada em caldos de colágeno criados por ela, com acompanhamento de uma equipe multidisciplinar.

Na conversa a seguir, Joice fala de sua experiência no olho do furacão que varreu Brasília nos últimos quatro anos. “Achei que fosse conseguir adestrar aquele animal”, referindo-se ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Também conta que mudou completamente de opinião e passou a considerar-se feminista após sua passagem pela Câmara Federal, durante a qual se deu conta da dificuldade das parlamentares no Congresso. “‘Feminista de direita’, acho cafona mas pode me chamar disso”, declara.

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