O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, determinou a expulsão de diplomatas argentinos da embaixada da Argentina em Bogotá na noite desta quarta-feira, 27 de março, em mais um capítulo de rixa pessoal com o seu homólogo argentino, Javier Milei.
A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores colombiana pelo X, antigo Twitter.
“O Governo da Colômbia ordena a expulsão de diplomatas da embaixada argentina na Colômbia”, publicou a pasta sem identificar quem da missão argentina será expulsa, se não toda.
“O alcance desta decisão será comunicado à Embaixada da Argentina através dos canais institucionais diplomáticos”, acrescentou.
O embaixador argentino em Bogotá, Gustavo Alejandro Dzugala, não se pronunciou sobre o comunicado colombiano.
O motivo para a expulsão foi uma declaração recente de Milei, em entrevista à CNN internacional que será transmitida na íntegra apenas em 31 de março.
Referindo-se a Petro e ao seu passado na guerrilha colombiana de esquerda M-19, o mandatário argentino disse: “Não se pode esperar muito de alguém que era um assassino terrorista”.
“O Ministério das Relações Exteriores, em nome do Governo da Colômbia, repudia as declarações do Sr. Javier Milei, presidente da Argentina, em entrevista ao canal CNN na qual se expressou de forma degradante contra o Primeiro Presidente dos Colombianos, o respeitado Sr. Gustavo Petro”, diz o comunicado da chancelaria colombiana.
“As expressões do presidente argentino deterioraram a confiança da nossa nação, além de ofenderem a dignidade do presidente Petro, eleito democraticamente”, acrescenta.
A notícia da expulsão de diplomatas argentinos repercutiu na imprensa argentina pelo início da noite, sem comunicado oficial de Bogotá nem de Buenos Aires.
A imprensa argentina também afirmou que Petro convocou o embaixador colombiano em Buenos Aires, Camilo Romero, para consultas.
Se confirmada a convocação do embaixador, será a segunda vez desde janeiro.
Como foi a última vez que Petro convocou embaixador?
Petro convocou Romero para consultas no final de janeiro, na esteira de uma entrevista de Milei a um canal de televisão argentino durante a qual ele descreve Petro como um “comunista assassino que está f* a Colômbia”.
Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores da Colômbia afirmou que “o governo da Colômbia rejeita veementemente esta afirmação, que ataca a honra do presidente”.
“As palavras do Presidente Milei ignoram e violam os profundos laços de amizade, compreensão e cooperação”, acrescentou.
Romero também se pronunciou sobre o episódio. Ele chamou Milei de “hipócrita”.
“Embora hoje peça aprovação ao nosso governo para seu novo embaixador na Colômbia, ele chama o presidente de assassino”, afirmou Romero em publicação no X, em referência a necessidade de um agrément da Colômbia para Milei emplacar um novo embaixador no país.
Romero ainda relembrou que o argentino também já provocou Lula e o papa Francisco e acrescentou: “Podemos pensar de forma diferente, mas a região e a irmandade histórica dos nossos povos devem estar acima das diferenças”.
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