“Acordei com a Polícia Federal na minha casa novamente!”

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira, 16, a 26ª fase da Operação Lesa Pátria, que investiga os atos de 8 de janeiro de 2023. O objetivo dessa etapa é identificar pessoas que financiaram, fomentaram e promoveram os atos em Brasília, quando as sedes dos três Poderes foram invadidas e depredadas.

Um dos suspeitos, Rafael Moreno, que se identifica como “publicitário de direita” e teve suas contas de redes sociais suspensas por Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em 2020, expôs seu caso nas redes sociais. Ele mora no Rio Grande do Norte e foi alvo de um dos mandados de busca e apreensão.

“Hoje as 6 da manhã depois de 4 anos acordei com a policia federal na minha casa novamente!”, relatou em seu perfil no X, com uma imagem da primeira página do mandado (foto).

“Não estive no 8 de janeiro! Somente participei até dezembro do acampamento nos quartéis! Nunca incentivei ninguém a invadir os prédios e nem mesmo a irem à praça dos 3 poderes e estou sendo perseguido por ter ajudado a alimentar as pessoas no acampamento através de uma vakinha!”, alegou.

Bloqueio das contas

Em outra postagem, ele diz o seguinte: “Os valores que arrecadei, ajudei a comprar alimentos, remédios, barracas, colchões, aluguel de tendas, entre outras coisas, exclusivamente para o acampamento em frente aos quartéis!”.

“No mandado tá falando que foi pedido o bloqueio das minhas contas! Sou casado. Como vou conseguir sustentar minha famíla (sic)?”, reclamou.

A mulher do publicitário, Ana Moreno, publicou um vídeo para reclamar de ter sido acordada às 5h. “Até quando vai durar isso?”, questionou. “Constrangimento por falar a verdade, por estar do lado da verdade. O meu esposo… Quem conhece o caráter, sabe da índole. Mas infelizmente tivemos de abrir a nossa casa. A gente não deve nada”, comentou.

Ana disse que os agentes da PF levaram um aparelho celular. “Ainda querem falar que a gente não vive uma ditadura”, diz a mulher no vídeo.

 

A operação

Moraes expediu 18 mandados de busca e apreensão. Além do Rio Grande do Norte, eles foram cumpridos em Santa Catarina (1), Pará (4), São Paulo (1), Minas Gerais (3), Espirito Santo (4), Tocantins (1) e Mato Grosso do Sul (3).

“Apura-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar à cifra de 40 milhões de reais”, afirmou a PF. Os fatos investigados constituem, em tese, os crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.

 

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