Rachadinhas: Janones fala em “contribuições espontâneas”

Investigado por suposta prática de rachadinha, o deputado federal André Janones (Avante-MG) disse em audiência no Conselho de Ética da Câmara que sua campanha recebeu “contribuições espontâneas” por parte de um “grupo político”, e não de servidores de seu gabinete. Ele também afirmou ser vítima de “perseguição política”.

Durante sua defesa, o parlamentar alegou que o áudio usado contra ele foi “editado e descontextualizado”. Janones requer o arquivamento do representação, que tem como relator o deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP).

– As acusações de “rachadinha” foram feitas com base em um áudio editado e descontextualizado, não de um parlamentar com seus assessores, mas de um grupo político, que visava se fortalecer para disputar eleições, não se tratava de devolver salários, mas de contribuições espontâneas, com a participação do parlamentar, sem quaisquer obrigação ou valores definidos – assinalou.

Janones ainda argumenta que a reunião ocorreu em 2019, e não é de competência do Conselho tratar de atos praticados antes do mandato em curso.

As suspeitas envolvendo o caso surgiram após o ex-assessor de Janones Cefaz Luiz divulgar um áudio em que Janones aparece, em uma reunião, pedindo parte dos salários de seus interlocutores.

– Nós vamos dividir o valor entre nós, inclusive eu. Isso é, todos. E isso é legal. Às vezes, você confunde isso com devolver salário. Devolver salário é você ficar lá na sua casa dormindo, me dá seu cartão, todo mês eu vou lá e saco e deixo só um salário pra você. Isso é devolver salário. 2020 [ano eleitoral] tá aí. Eu pensei de a gente fazer uma vaquinha entre nós, e aí nós vamos decidir se vai ser 50 reais, se vai ser 100, 200, se cada um dá proporcional ao salário – teria dito Janones.

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