PF destrói ponte usada por exploradores ilegais de área protegida

Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal, em colaboração com a Força Nacional e a Funai, realizou a demolição de uma ponte que servia de rota para invasores ilegais na Terra Indígena Apyterewa, localizada em São Félix do Xingu (PA). A operação, solicitada pela Funai para impedir o retorno dos invasores à área protegida, foi executada em duas fases, com detonações ocorrendo na quinta-feira (25) e na sexta-feira (26).

A ponte, que era o principal acesso à terra indígena, tinha 61 metros de comprimento e 4,6 metros de largura, apoiada por oito pilares de concreto. Segundo informações da Funai, a TI Apyterewa foi a região da floresta amazônica que mais sofreu desmatamento entre 2019 e 2022.

A demolição da ponte foi uma das ações da Operação de Desintrusão das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá, realizada em cumprimento a uma decisão do Supremo Tribunal Federal. A operação teve início no segundo semestre de 2023 e incluiu ações como a remoção de gado, a inutilização de estruturas de fazendas e a destruição de pistas de pouso.

Em 1º de outubro do ano passado, as forças de segurança lançaram a maior operação de desintrusão de invasores de terras indígenas no Pará. Cerca de 150 agentes da Força Nacional e 60 policiais federais iniciaram a primeira fase da operação, cujo objetivo era remover os invasores da TI Apyterewa, situada no município de São Félix do Xingu.

Segundo informações do jornal O Globo, aproximadamente 2 mil pessoas residiam ilegalmente na área até outubro. A prefeitura e políticos locais tentaram judicialmente interromper a operação, mas o STF manteve a ação.

A operação contou com o apoio de mais de 300 servidores federais, 93 veículos e dois helicópteros, visando grileiros, desmatadores, pecuaristas e garimpeiros ilegais. A Secretaria-Geral da Presidência da República, o Ministério dos Povos Indígenas, o Comando Militar do Norte e o Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) também participaram da ação.

A Terra Indígena Apyterewa, território do povo Parakanã, perdeu cerca de 324 km² de floresta durante esse período, uma área maior que a cidade de Fortaleza, equivalente a cerca de 32.400 campos de futebol. De acordo com o Imazon, essa é a maior devastação de uma área florestal na Amazônia entre as terras indígenas. As áreas desmatadas na TI Apyterewa têm sido sistematicamente ocupadas pela criação ilegal de gado. A Apyterewa, homologada em 2007, abriga uma população de 729 pessoas distribuídas em 20 aldeias.

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