BYD Tan 2024, apesar de único, perde tom exclusivo

BYD Tan EV 2024.

Tuiuti (SP) – Em 2021, a gigante BYD anunciou que entraria de vez no setor automotivo brasileiro. A marca já estava presente por aqui, mas no segmento de ônibus e baterias. A greentech – como ela mesmo se autodenomina –, passaria a investir em um dos maiores mercados do mundo, o nosso (em 2023, o Brasil ficou em sexto).

Se hoje a marca faz sucesso com dois modelos ditos populares, o escolhido para ser o debutante da chinesa no Brasil passou longe do grande público. De início, a montadora apostou em status, com isso, apresentou primeiro o Tan EV, um SUV grande de sete lugares, com mais de 500 cavalos totalmente elétricos e meio milhão de reais. 

O SUV é o primeiro modelo da marca a passar por um facelift no Brasil.

O utilitário chegou com um “ar” de exclusividade, até o clássico logo da marca era diferenciado. Com a chegada dos demais modelos, principalmente os elétricos mais baratos, era possível perceber a diferença entre o Tan e os irmãos, o SUV manteve estilo exclusivo, até o primeiro facelift da marca em um modelo dela no Brasil.

Fomos até o interior de São Paulo para ver de perto as atualizações da linha 2024 do Tan EV. O grande porém é que, com as novidades, ele perdeu o estilo que o diferenciava dos demais elétricos da marca, ficando mais genérico do que exclusivo. As mudanças focaram no visual e nas baterias. O preço continua acima dos R$ 500 mil (R$ 536.800, especificamente).

Sem concorrência

Único: o Tan não tem concorrentes com as mesmas características.

Analisando os principais atributos do Tan (SUV luxuoso elétrico de 517 cavalos, sete lugares e faixa dos R$ 500 mil) ele não tem concorrentes diretos no Brasil. Ao menos enquanto a Volvo não lança o EX90, que terá essa configuração, mas que certamente virá mais caro, já que o irmão híbrido, o XC90 (que concorre indiretamente com o BYD) parte de R$ 608.950.

Entre as demais marcas de luxo, a BMW tem apenas um SUV de sete lugares, o X7, mas na versão mais insana, a M60 e seus R$ 1.2 milhão. A Mercedes conta com o GLB, um modelo híbrido, mais barato (R$ 392 mil) e bem menos potente. O Discovery Sport é praticamente igual ao GLB. O mercado ainda conta com Chevrolet Trailblazer, Toyota SW4 e Mitsubishi Pajero, mas que focam em um estilo mais off-road e robusto.

Genérico

A maior mudança visual deixou o SUV com ar genérico dentro da marca.

O Tan desembarcou no Brasil em 2022 com um visual imponente, principalmente pela gigante grade frontal, mas que servia apenas como apetrecho de design, já que por ser um modelo totalmente elétrico, não há necessidade da peça. A marca apostou na exclusividade para o primeiro modelo dela por aqui, tanto que no interior o símbolo da BYD no centro do volante estava em mandarim. Com o facelift, estes detalhes foram trocados.

Primeiro, a gigante grade foi substituída por uma peça fechada, ficando praticamente idêntico ao irmão menor, o Yuan Plus e com o sedã Han, do qual compartilha a plataforma. Um ponto que ele poderia ter “pego emprestado” do três volumes são as maçanetas, que no SUV são clássicas, enquanto no Han elas são escondidas, como vistas no Seal também.

A traseira foi levemente redesenhada.

Os para-choques receberam novos desenhos e ficaram ainda mais volumosos, o que fez o Tan crescer 100mm (por dentro o tamanho não foi alterado, permanecendo com os 2.820mm de entre-eixos). Falando do interior, a principal novidade é a adoção do logo BYD, que fica ao centro do volante, no nosso alfabeto e não mais em mandarim.

Outra novidade da cabine, esta de equipamento e não visual, é a adoção do ar-condicionado de três zonas, com uma saída individual em temperatura e velocidade do vento para a segunda fileira de bancos. De resto, nada foi alterado, inclusive o complexo acesso para os assentos traseiros, que é super complicado de entrar.

A terceira fileira de bancos é para crianças e olhe lá.

Um adulto com 1.80m de altura, como este que vos escreve, primeiro terá muita dificuldade para chegar até a terceira fila de bancos, isso porque a segunda só dobra o encosto e vai um pouco para frente, o assento não levanta junto, o que facilitaria o acesso.

Segundo, o espaço, mesmo depois de alinhar com os da frente, é tão diminuto, que até uma criança teria dificuldade de viajar nele, ou seja, sete passageiros só em caso de emergência.

Mesmo corrediços, os bancos do meio não liberam muito espaço para os últimos.

O acabamento é de alto padrão, sem qualquer rebarba ou peça mal encaixada e com materiais de boa qualidade, como peças em black piano e o couro sintético muito semelhante ao natural.

A gigante tela rotativa de 15,6 polegadas segue como um dos destaques da cabine. O porta-malas pode ter 235 ou 940 litros, de acordo com o uso, ou não, da terceira fileira de bancos. Com as duas traseiras recolhidas, ele chega em generosos 1.655 litros.

Equipamentos premium

Entre as adições, mais uma zona para o ar-condicionado digital.

Como um veículo de mais de R$ 500 mil, o Tan não faz feio no quesito itens de série. Na parte da segurança, ele vem com sete airbags, sendo que os laterais cobrem até os bancos de trás, câmeras de 360° e interna, head up display, freio de estacionamento eletrônico, auxiliar de partida e descida em rampa, reconhecimento de sinais de trânsito, auto hold. 

Ele ainda vem com faróis full LED, sensores de chuva, crepuscular e de estacionamento dianteiros e traseiros, retrovisor eletrocrômico, controles de tração, estabilidade, prevenção de capotamento e dinâmica do veículo, monitoramento de pressão dos pneus, freios regenerativos e o sistema de condução semi-autônoma Adas.

A tela rotativa, como sempre, é um dos destaques da cabine.

No Tan, o Adas incorpora alertas de tráfego cruzado e de colisão na dianteira e na traseira e de saída de faixa, farol alto inteligente, frenagem automática de emergência, auxiliar de permanência e de mudança em faixa, freio lateral traseiro em colisão, monitoramento de ponto cego e piloto automático adaptativo com stop&go.

Na parte de conforto e comodidade, ele vem com bancos dianteiros com massagem, ventilação, aquecimento, ajustes elétricos e memória para o do motorista, teto solar panorâmico com vidro deslizante, painel de instrumentos com tela de 12,3 polegadas, a central multimídia com conexão Android Auto e Apple CarPlay. 

A linha mantém o estilo luxuoso do SUV elétrico.

Carregamento sem fio para celulares, iluminação interna nas portas e painel por LED com 32 opções de cores, internet 4G e serviço de nuvem, navegação GPS embarcada, acabamento interno em marrom ou preto em couro sintético, chave sensorial com tecnologia NFC que pode ser substituída pelo smartphone e partida por botão e remota.

O ar-condicionado digital passa a ser de três zonas, ele recebe um novo sistema de áudio premium da Dynaudio Performance com potência máxima de 775W e 12 alto-falantes e aquecimento no volante, que já contava com ajuste elétrico e memória. 

Maior capacidade

Potência mantinda, mas os motores elétricos geram mais torque.

O Tan conta com dois motores elétricos, instalados em cada um em um eixo, o que deixa a tração integral do tipo AWD. Esta parte do conjunto mecânico não foi alterada. A novidade fica pelo tamanho da bateria Blade, que pulou de 86,4kWh para 108,8kWh, o que garante uma autonomia bem maior. No padrão do Inmetro, saiu de 309 para 430 quilômetros. 

A potência continua a mesma, 517 cavalos, mas houve um ganho de torque, chegando em 71,3kgfm. Mesmo com a força a mais, por conta do peso extra das baterias (cerca de 200kg a mais), a velocidade de arrancada piorou, mas ainda fica abaixo dos cinco segundos, algo raro para um SUV deste porte. Agora, o zero a 100km/h é de 4,9 segundos, ante 4,4.

O SUV conta com quatro modos de condução que alteram diversos aspectos.

Tivemos um primeiro contato com a linha atualizada do SUV em uma pista privada no interior de São Paulo. Nela, testamos dois modos de condução do Tan, o “normal” e o “esportivo”, ele ainda conta com outros dois (“econômico” e “pouca aderência”). Todos mudam desde a potência despejada nas rodas até a resistência da suspensão. 

No “normal” o Tan se mostra um SUV comum, com uma pegada clássica e segura, sem passar muita emoção ao condutor. Já no “esportivo”, as coisas mudam drasticamente e nem parece que se trata de um utilitário, de tão arisco e colado no asfalto ele fica.

O mais leve toque no acelerador faz ele disparar e mesmo nas curvas de alta, passa uma segurança otimizada ao motorista, os 517 cavalos e os potentes 71kg de torque trabalham muito bem e deixam a condução bem divertida.

Opinião do Diário Motor

BYD Tan EV 2024.

Seguindo uma lógica, por ser o “primogênito” da marca no Brasil, o Tan é o primeiro modelo da BYD a passar por um facelift. Mas a “harmonização facial”, deixou o SUV com ar genérico dentro da própria montadora, deixando de lado o estilo exclusivo que ele tinha. Ao menos, o conjunto mecânico foi melhorado, com mais torque e capacidade de bateria.

Dentre todos os pontos, o maior destaque do Tan, por enquanto, é unir características únicas, pois ele é – ainda – o único SUV de sete lugares, totalmente elétrico, com mais de 500 cavalos de potência e na faixa dos R$ 500 mil disponível no Brasil. Se olharmos apenas o valor, é difícil achar outro veículo, mesmo que a combustão, com estas características. Para quem procura um utilitário nesta faixa de preço, vale a compra! Nota: 9.

Ficha Técnica

Motor: elétrico

Potência máxima: 517cv 

Torque máximo: 71,3kgfm 

Transmissão: automática

Direção: elétrica

Suspensão: independente nos dois eixos 

Freios: a disco nas quatro rodas

Porta-malas: 235/940 litros

Dimensões (A x L x C x EE): 1.745 x 1.955 x 4.970 x 2.820mm 

Preço: R$ 536.800

BYD Tan EV 2024.

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Primeiras impressões: BYD Tan 2024, apesar de único, perde tom exclusivo (fotos: Geison Guedes/DP e BYD).

BYD Tan EV 2024.

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BYD apresenta linha 2024 do primeiro modelo lançado no Brasil, o Tan (fotos: BYD).

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*Viagem a convite da BYD

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