Defesa cita Bolsonaro em pedido de liberdade para Vasques, preso há oito meses

Advogados de Silvinei Vasques, ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF), fizeram um novo pedido de revogação de prisão ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele está preso há quase nove meses e já teve dois pedidos de liberdade negado por Moraes.

A defesa alega que a prisão por tempo indefinido é ilegal, uma vez que ainda não houve a denúncia formal, tampouco condenação. Moraes decretou a prisão a pedido da Polícia Federal, sob alegação que Vasques poderia atrapalhar a investigação destruindo provas e influenciando testemunhas.

Ele é acusado de montar blitzes no dia do segundo turno das eleições presidenciais de 2022, em especial no Nordeste, para supostamente impedir que eleitores do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem às urnas.

Em resposta ao pedido da PF, Moraes escreveu que as condutas atribuídas ao ex-diretor da PRF são “gravíssimas” e que novas diligências seriam “imprescindíveis para a completa apuração das condutas ilícitas investigadas”.

Na mais recente petição pela soltura do cliente, além de questionarem o motivo da prisão, os advogados de Vasques compararam o caso com o do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Se o argumento fosse válido, a Polícia Federal teria pedido a prisão do ex-presidente da República pelo mesmo fundamento. Isso porque se o requerente poderia influenciar no ânimo de alguma testemunha, mesmo sendo pobre e um mero servidor público aposentado, com muito mais razão poderia o ex-presidente”, escreveram os defensores de Vasques.

A defesa também questiona a possível influência dele fora da cadeia, por não ser mais diretor da PRF. “Nenhuma influência poderia ter o requerente, ao contrário do ex-presidente que, além de influência política, possui patrimônio considerável.”

O pedido enviado ao Supremo ainda não foi respondido e não há prazo para o ministro decidir.

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