Relatos recentes indicam uma crescente onda de descontentamento entre os membros petistas no Congresso Nacional em relação ao presidente Lula. A ausência de reuniões entre Lula e as bancadas do PT na Câmara e no Senado desde o início de seu mandato contrasta fortemente com a prática durante seu primeiro governo.

O deputado Zeca Dirceu (PR), líder da bancada petista na Câmara, expressou surpresa e preocupação com a falta de encontros entre o presidente e os membros do PT. Segundo Dirceu, durante o primeiro mandato de Lula, tais reuniões eram uma prática comum, demonstrando uma relação próxima entre o partido e o presidente. No entanto, desde o início deste mandato, essa prática parece ter sido abandonada, gerando incertezas e descontentamento entre os legisladores petistas.

Embora Lula tenha justificado a ausência de reuniões com a necessidade de equilibrar sua agenda com as bancadas dos outros partidos aliados ao governo, alguns membros do PT expressaram preocupação com a falta de atenção dedicada pelo presidente ao seu próprio partido. Além disso, o presidente também demonstrou frustração com o desempenho de seus representantes políticos no Congresso, criticando a falta de proatividade de seus articuladores, em especial o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, por não se dedicar o suficiente às negociações no Senado e na Câmara.

Essas tensões políticas dentro do partido no poder foram evidenciadas recentemente durante tentativas de adiar votações no Congresso que poderiam resultar em derrotas legislativas para o governo. A falta de coesão e coordenação entre os membros do partido e o governo central indica um ambiente interno tenso, com sinais claros de rachaduras.

Enquanto isso, especula-se nos bastidores sobre as possíveis consequências dessas divisões internas para o futuro do partido e do governo. A incerteza política paira sobre Brasília, enquanto a casa parece estar caindo aos poucos. Resta saber até quando o equilíbrio será mantido e quando as rachaduras se tornarão fissuras irreparáveis.