Brasileiras que moram em Portugal recebem aviso e terão que deixar terreno; entenda o caso

Andréia Machado, uma brasileira, relatou à coluna Portugal Giro/O Globo que ela e outros ocupantes de um terreno privado em Lisboa receberam um aviso para deixar o local no final de maio.

Andréia e outra brasileira, Márcia Araújo, optaram por morar em barracas no terreno localizado em uma área nobre de Carcavelos, pois desistiram de procurar um imóvel com aluguel acessível.

Andréia Machado e Márcia Araújo — Foto: Do arquivo pessoal para Portugal Giro

Andréia comprou um trailer com o dinheiro que economizou durante seis meses. Ela e outras 30 pessoas, incluindo brasileiros, estão negociando com outro terreno onde poderiam viver.

— Estamos em negociação com um terreno. São trinta de nós que convivemos diariamente desde que chegamos aqui — diz Machado.

Comunicado — Foto: Andréia Machado

O caso das brasileiras e outros estrangeiros e portugueses que vivem no local ou nas ruas de Portugal reflete o aumento do custo dos imóveis no país.

Andréia explica que o grupo não considera procurar apartamentos ou casas devido à alta dos preços, que consome metade de seus salários.

— Retornar para o aluguel todos se recusam, porque consome 50% dos nossos salários mínimos (€ 850/R$ 4,6 mil) — diz ela, que trabalha como marceneira e limpando imóveis.

Há pessoas em situação vulnerável no grupo, de acordo com Andréia.

— Os mais velhos vivem com auxílio social de no máximo € 250 (R$ 1,3 mil) e alguns com menos que isso. Existe um português de 58 anos que foi despejado da casa que vivia por 48 anos — disse ela, completando:

— Outra portuguesa, de 57 anos, sofre de doença crônica e desde 2017 espera resposta para o pedido de moradia social. Ela tenta encontrar trabalho, mas sem endereço e devido à idade, não tem tido êxito.

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