Estados relatam perda de quase 7 mil vacinas da dengue nesta terça

Tânia Rêgo/Agência Brasil

Imunizantes fazem parte de 1º lote distribuído pelo Ministério da Saúde; órgão diz que doses são “quantitativo mínimo residual”

As Secretarias de Saúde de seis estados (Amazonas, Bahia, Goiás, São Paulo, Maranhão e Rio Grande do Norte) informaram ao Poder360 que possuem pelo menos 6.816 doses de vacinas contra a dengue que perderão a validade nesta terça-feira (30 de abril de 2024). Essas doses fazem parte do primeiro lote de 668 mil imunizantes distribuídos em fevereiro pelo Ministério da Saúde às secretarias de saúde das unidades federativas e dos municípios.

Aqui está o número de doses recebidas e a quantidade que vencerá nesta terça-feira (30 de abril):

  • Maranhão: recebeu 40.610 doses da vacina, das quais 5.001, com validade até 30 de abril, não foram aplicadas;
  • Rio Grande do Norte: recebeu 7.000 vacinas, das quais 274 não foram aplicadas;
  • Bahia: recebeu 170.469 doses, das quais 274 perderão a validade nesta terça-feira;
  • Amazonas: recebeu 78.760 doses, das quais 14 perderam a validade;
  • São Paulo: recebeu 8.310 doses do lote, todas foram utilizadas;
  • Goiás: recebeu um total de 158.505 doses e relatou 1.253 vacinas não aplicadas.

Esses estados fazem parte do grupo das 154 cidades de Acre, Amazonas, Bahia, Goiás, Maranhão, Paraíba, Rio Grande do Norte e São Paulo que receberam doses de vacinas contra a dengue realocadas. Em março, o Ministério da Saúde publicou uma nota técnica propondo a redistribuição de imunizantes inutilizados para evitar a perda do material.

Apesar do que foi informado pelas secretarias, o Ministério da Saúde afirmou ao Poder360 que, de acordo com as informações repassadas pelos estados, não há mais doses com vencimento em 30 de abril a serem aplicadas. Questionado sobre os números, o órgão explicou que o registro de perda de dose é um “quantitativo mínimo residual”.

Em 18 de abril, o Ministério decidiu ampliar temporariamente a faixa etária do público-alvo contemplado pela vacina contra a dengue para evitar a perda dos imunizantes. Pessoas de 6 a 16 anos puderam ter acesso às doses restantes, ampliando a faixa que anteriormente ia de 10 a 14 anos. Esse grupo etário é proporcionalmente o mais afetado por casos de internação pela doença.

O governo recebeu 1,2 milhão de doses da vacina contra a dengue em fevereiro e realizou duas distribuições para 521 municípios brasileiros selecionados de acordo com critérios técnicos, como a incidência da doença. O Ministério da Saúde também adquiriu mais 5,2 milhões de doses, com prazo de validade até 2025.

O infectologista Renato Kfouri, vice-presidente da SBIM (Sociedade Brasileira de Imunizações), afirmou que a perda de vacinas é comum durante campanhas de imunização e faz parte do cálculo dos entes públicos. Ele destacou a necessidade de repensar a estratégia de vacinação no país para aumentar a conscientização da população e garantir uma adesão mais ampla.

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