Em ano de eleição na Venezuela, Procurador-Geral manda prender maiores opositores de Maduro

Foto: Reprodução/Raul Arboleda/AFP.

Nesta quinta-feira (2), Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela, emitiu uma ordem de prisão e extradição para Leopoldo López e Julio Borges, dois proeminentes opositores de Nicolás Maduro. Ambos, que estão no exílio, são acusados de receber mais de US$ 1 bilhão em benefícios. As informações são do CNN.

Durante uma coletiva de imprensa, Saab apresentou um vídeo do empresário Samark López, atualmente preso sob a acusação de colaborar com Tareck El Aissami, ex-presidente da Petróleos da Venezuela (PDVSA), que supostamente está envolvido em uma rede de corrupção conhecida como PDVSA-cripto.

No vídeo, o empresário afirma que os dois contratados venezuelanos envolvidos na suposta rede de corrupção têm uma “conexão direta” com López e Borges.

A CNN não conseguiu confirmar quando e como a gravação foi feita e entrou em contato com a Promotoria para obter mais detalhes. O Ministério Público da Venezuela costuma apresentar depoimentos em vídeo em casos politicamente sensíveis.

Leopoldo López, co-fundador do partido Primero Justiça, foi preso em 2014 durante uma série de protestos contra o governo de Nicolás Maduro, que resultaram na morte de 43 pessoas. Ele foi condenado a mais de 13 anos de prisão em 2015.

López foi considerado culpado de instigação pública e associação criminosa, em um julgamento que foi contestado por sua defesa e por várias organizações internacionais. Ele se declarou inocente de todas as acusações.

Em 2017, as autoridades venezuelanas permitiram que ele cumprisse o restante de sua pena em prisão domiciliar. No entanto, em 2019, ele deixou sua residência ao tentar uma revolta civil-militar com o líder da oposição, Juan Guaidó.

Posteriormente, López buscou refúgio na embaixada da Espanha em Caracas e se mudou para Madri em 2020, onde atualmente reside.

Julio Borges, líder da oposição e coordenador do partido Primeiro Justiça, teve uma ordem de prisão emitida contra ele em 2023 pela Procuradoria-Geral da Venezuela, por suposta traição à pátria, conspiração e associação ao levante militar em abril de 2019.

Antes disso, Borges já tinha dois mandados de prisão contra ele por corrupção e por supostamente planejar e financiar uma tentativa de assassinato contra o presidente Maduro em agosto de 2018. Borges recebeu asilo político da Colômbia em 2018 e atualmente reside na Espanha.

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