Enchentes devastam agronegócio no Rio Grande do Sul e ameaça abastecimento

As enchentes que começaram em 29 de abril no Rio Grande do Sul, deixando ao menos 83 mortos, representam uma grande ameaça para o setor agrícola e pecuário do estado. O deputado federal Marcelo Moraes (PL-RS), após ficar ilhado por quatro dias em Santa Cruz do Sul, descreveu a situação como devastadora para o agronegócio. “O que restou da safra para o ano está perdido”, lamentou Moraes em entrevista à revista Oeste.

O deputado, que já foi membro da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, destacou a necessidade urgente de auxílio governamental. “Será preciso uma ajuda significativa do governo federal em programas de auxílio ao setor, à agricultura, à pecuária, ao comércio, entre outros. Quem trabalha na lavoura, como em Sinimbu, perdeu praticamente tudo,” explicou.

De acordo com dados da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do Rio Grande do Sul, a agropecuária representou 67,5% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, que totalizou R$ 582,968 bilhões em 2021. Em março de 2023, o agronegócio foi responsável por 67% das exportações do estado, com um faturamento de US$ 1,2 bilhão e 1,87 milhão de toneladas exportadas, segundo a Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul).

O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do país, representando 70,5% da produção nacional, e também lidera na produção de tabaco e trigo. No entanto, o vice-presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja-RS), Décio Teixeira, destacou ao Estado de S. Paulo os desafios contínuos: “Nós viemos de três anos perdendo por estiagem e, agora, temos a chuva”.

Os impactos das chuvas intensas não se limitam à perda imediata de lavouras, que já enfrentavam dificuldades devido a estiagens anteriores. A pecuária também sofre com a falta de rações e a paralisação de sistemas essenciais para a criação de bovinos e ovinos. “Todo o sistema, desde plantações em si, de arroz, soja, milho, produção de vinho, até a logística para o trabalho dos produtores, sofrerá perdas e precisará de uma ajuda ágil”, concluiu Moraes.

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