Petista que chamou Moro de canalha é condenada a pagar R$ 70 mil

A Justiça paulista condenou em segunda instância a empresária Roberta Luchsinger a pagar uma indenização de R$ 70 mil ao senador Sérgio Moro e à deputada federal Rosângela Moro (R$ 35 mil para cada).

Em 2022, a empresária acusou o casal de oportunismo eleitoral quando eles transferiram seus domicílios eleitorais do Paraná para São Paulo, onde pretendiam ser candidatos (posteriormente, o Tribunal Regional Eleitoral cancelou o pedido de mudança de Moro, mas aceitou o de Rosângela).

Nas redes sociais, ela os chamou de estelionatários, pilantras e canalhas.

“Não é sobre ser esquerda ou direita, não é sobre ser homem ou mulher…é sobre ser pilantra ou não ser. É sobre enganar o eleitor, é sobre fraude de domicílio, é sobre ser canalha”, afirmou a empresária à época.

Dizendo-se ofendidos, Moro e Rosângela processararam a empresária, exigindo uma indenização de R$ 100 mil para cada um.

Roberta ficou conhecida em 2017 ao anunciar que doaria R$ 500 mil em dinheiro e em itens de luxo a Lula, que estava com seus bens bloqueados por decisão do então juiz Sérgio Moro.

“Com o bloqueio dos bens de Lula, Moro tenta inviabilizá-lo tanto na política quanto pessoalmente. Vou fazer uma doação para que o presidente possa usar conforme as necessidades deles”, disse em entrevista à Folha na ocasião.

Ao se defender no processo, Roberta, que em 2018 foi candidata derrotada a deputada estadual pelo PT e hoje é filiada ao PSB, disse que “ficou comprovado que Moro tentou burlar a legislação eleitoral para concorrer por São Paulo”, citando a decisão da Justiça eleitoral.

Afirmou também que exerceu seu direito de criticar “as ações ilícitas” de Moro e Rosângela.Continua após a publicidade

“Ao agirem de forma ilegal, atraíram para si também a possibilidade de serem censurados pela sociedade -rememorando-se que não se trata de ofensa moral, mas de críticas a pessoas públicas que se alavancaram politicamente”, declarou no processo.

A Justiça não aceitou a argumentação. Em junho de 2023, ela foi condenada em primeira instância a pagar R$ 200 mil ao casal, mas recorreu e o Tribunal de Justiça reduziu para um total de R$ 70 mil.

“Os termos ofensivos extrapolaram os limites da livre manifestação do pensamento, atingindo a honra e a dignidade dos autores do processo”, afirmou a desembargadora Clara Xavier, em decisão de 24 de abril.

Ela também terá de excluir as publicações de suas redes sociais.

A empresária ainda pode apresentar novo recurso.

com informações UOL

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