Mesmo se declarando culpado por espionagem, Julian Assange ganha liberdade

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, se declarou culpado nesta terça-feira (25) por disseminar ilegalmente material de segurança nacional dos Estados Unidos. Trata-se de uma de 18 acusações contra ele. As informações são do The Guardian. 

O jornalista esteve presente em um tribunal em Saipan, nas Ilhas Mariana do Norte. O local foi escolhido por ele ter se recusado a viajar para os EUA e por conta da proximidade do arquipélago com a Austrália, país natal de Assange.

Declarando-se culpado, Assange deve ser condenado a 5 anos e 2 meses de prisão, o mesmo período que já cumpriu no Reino Unido, permitindo que ele saia do tribunal como um homem livre. 

A decisão de chegar a um acordo veio depois de pressões do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, e a abertura do presidente norte-americano Joe Biden (Democrata) para uma resolução rápida do caso.

Altos funcionários do Departamento de Justiça dos EUA aceitaram o acordo, reconhecendo que Assange já havia cumprido mais tempo do que a maioria das pessoas acusadas de crimes semelhantes.

ENTENDA O CASO

Julian Assange, 52 anos, fundou o site WikiLeaks em 2006. A partir de 2010, o australiano começou a publicar informações confidenciais sobre os EUA. O governo norte-americano estima que foram 700 mil documentos.

O material, publicado no WikiLeaks e em outros veículos, como Guardian e New York Times, continha dados sobre as guerras do Afeganistão e do Iraque e outras informações diplomáticas e de operações militares. Também relatavam informações sobre o ataque aéreo a Bagdá (Iraque), em julho de 2007. Parte dos documentos era sobre supostos abusos cometidos pelas Forças Armadas dos EUA.

Julian Assange foi preso em Londres em 2019, na prisão de alta segurança de Belmarsh, depois de passar 7 anos abrigado na embaixada do Equador. Ele tentava evitar ser preso e extraditado para a Suécia, país onde era acusado por 2 casos de estupro. Os inquéritos foram posteriormente arquivados.

Os vazamentos expuseram abusos de direitos humanos e espionagem de líderes de outros países.

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