Robôs com pele viva testam tecnologia avançada para medicina

Foto: Reprodução/Michio Kawai et al.

Pele Artificial para Robôs

Pesquisadores japoneses desenvolveram uma técnica inovadora para dotar robôs, humanoides ou não, com uma pele “viva” que se assemelha à pele humana. Michio Kawai e sua equipe da Universidade de Tóquio afirmam que essa nova pele proporciona uma aparência mais realista, maior mobilidade, capacidades de autocura e “sentidos robóticos” aprimorados, graças a sensores embutidos. As informações são do Site Inovação Tecnológica.

Embora robôs humanoides avançados ainda sejam raros, as descobertas podem beneficiar a indústria cosmética e auxiliar na formação de cirurgiões plásticos. Inspirada nos ligamentos da pele humana, a pele robótica é feita de células vivas, uma tecnologia apresentada pela equipe em 2022.

Técnica de Colagem Inovadora

O avanço significativo está na técnica de fixação da pele aos robôs, que utiliza perfurações especiais para firmar a camada de pele. Métodos anteriores, como miniâncoras ou ganchos, limitavam os tipos de superfícies que podiam receber a pele e causavam danos ao tecido durante o movimento.

Ao projetar pequenas perfurações, praticamente qualquer superfície pode ser revestida com a pele. A técnica envolve um gel de colágeno especial, naturalmente viscoso, que é introduzido nas perfurações usando um tratamento de plasma. Isso permite que o colágeno penetre nas estruturas finas das perfurações e mantenha a pele próxima à superfície.

“Durante pesquisas anteriores com um robô em forma de dedo coberto com tecido de pele que cultivamos em nosso laboratório, percebemos a necessidade de uma melhor adesão entre os detalhes do robô e a estrutura subcutânea da pele,” disse o professor Shoji Takeuchi.

“Ao imitar os ligamentos da pele humana e usar perfurações em forma de V em materiais sólidos, encontramos uma maneira de unir a pele a estruturas complexas. A flexibilidade natural da pele e o método de adesão forte permitem que a pele se mova com os componentes mecânicos do robô sem rasgar ou descascar,” completou Takeuchi.

Aplicações Médicas

A demonstração da pele robótica não é apenas um conceito; tem o potencial de revolucionar várias áreas da pesquisa médica. A ideia de “pele em um chip” pode ser útil em estudos sobre envelhecimento da pele, testes de cosméticos, procedimentos cirúrgicos e cirurgia plástica.

Experimentos com o conceito de “pele em um chip” já estão sendo realizados, criando feições humanas em materiais experimentais.

Pele Engenheirada com Sensores

Se sensores puderem ser incorporados à pele engenheirada, os robôs terão melhor consciência ambiental, interatividade aprimorada e capacidades mais seguras para interagir com humanos.

“Conseguimos replicar a aparência humana até certo ponto, criando um rosto com material e estrutura semelhantes aos humanos. Identificamos novos desafios, como a necessidade de rugas e uma epiderme mais espessa para uma aparência mais realista. Acreditamos que a criação de uma pele mais espessa e realista pode ser alcançada com a incorporação de glândulas sudoríparas, glândulas sebáceas, poros, vasos sanguíneos, gordura e nervos,” explicou Takeuchi.

“O movimento também é crucial, então outro desafio importante é criar expressões humanas através da integração de atuadores sofisticados, ou músculos, dentro do robô. Criar robôs que possam se curar, sentir seu ambiente com mais precisão e executar tarefas com destreza humana é incrivelmente motivador,” concluiu Takeuchi.

As pesquisas em pele artificial para robôs não apenas avançam a tecnologia robótica, mas também oferecem novas oportunidades para a medicina, cosmética e treinamento cirúrgico. A inovação da Universidade de Tóquio representa um passo significativo em direção a robôs mais realistas e funcionalmente versáteis.

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