Baleia Rossi é citado em investigações contra fraudes e em delação da JBS

O deputado Baleia Rossi (MDB-SP) foi citado em investigações contra fraudes em contratos da prefeitura de Ribeirão Preto e em delação premiada da companhia JBS. Ele é candidato a presidir a Câmara, aliado do grupo de Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Segundo o jornal Folha de S.Paulo, depois de uma operação que mirou uma quadrilha acusada de desviar mais de R$ 200 milhões do município paulista, o Ministério Público de São Paulo compartilhou com a PGR (Procuradoria Geral da República) informações sobre suspeitas contra o deputado.

O órgão encaminhou os documentos a um inquérito do STF (Supremo Tribunal Federal) que tramita em sigilo desde 2018. Está em fase de diligências. O relator é o ministro Kassio Nunes Marques, empossado em 2020 com a saída de Celso de Mello.

O deputado negou ao jornal envolvimento em irregularidades e o recebimento de valores ilícitos.

A operação Sevandija, que investiga fraudes em Ribeirão Preto, começou em 2016 depois de suspeitas de direcionamento de contrato para o fornecimento de catracas que seriam instaladas em escolas do município.

O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) do Ministério Público de São Paulo pediu à Justiça o envio a Brasília de “relatório de compartilhamento elaborado pela Agência Regional de Inteligência do Ministério Público, com os respectivos documentos e mídias, diante das referências que surgiram ao deputado federal Baleia Rossi, durante as investigações da Operação Sevandija”.

As autoridades encontraram uma planilha com o ex-empresário Marcelo Plastino, que já morreu. Ele era dono da empresa que firmou contratos com a prefeitura. No documento, consta o nome de Baleia relacionado ao valor de R$ 760 mil. Desse total, R$ 660 mil seriam supostamente repassados em parcelas mensais de R$ 20.000. O restante seria pago nas eleições de 2014. Baleia está em seu 2º mandato como deputado federal.

Havia também uma lista com indicações políticas para cargos na administração local.

O Ministério Público também investiga suspeita do uso da Coderp (Companhia de Desenvolvimento de Ribeirão Preto) para contratar uma empresa, por meio de licitações fraudadas, para abrigar funcionários terceirizados indicados por políticos.

Baleia seria o padrinho das indicações ao lado do ex-vereador Cícero Gomes (MDB).

O deputado também foi citado na operação Alba Branca, do Ministério Público de São Paulo contra a máfia da merenda no Estado de São Paulo em 2016. A apuração foi arquivada por insuficiência de provas.

O ex-vice-presidente da Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar, Carlos Alberto Santana, e 2 ex-funcionários citaram Baleia. O delator Cássio Chebabi, ex-presidente da Coaf, negou envolvimento do emedebista.

Em 2018, o pai de baleia, Wagner Rossi, que foi ministro de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, foi preso por determinação do Luís Roberto Barroso, do STF, no inquérito que investigou suspeita de que o ex-presidente Michel Temer (MDB), por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário em troca de propina.

Depois de delações do empresário Joesley Batista e outros executivos do grupo J&F (controlador da JBS), investigadores tiveram acesso a uma planilha com nomes de políticos e empresas com relação à prática de caixa 2 nas eleições de 2010.

Segundo os relatos, foi feita doação não contabilizada para a campanha de Baleia por intermédio da Ilha Produções, que é de propriedade do irmão do deputado, Paulo Luciano Rossi.

O documento listou 3 repasses para a empresa, que totalizaram R$ 240 mil em 2010. “Tais doações na forma de ‘caixa dois’ tiveram por escopo manter um bom relacionamento com o referido agente político e sua boa vontade em relação a futuros pleitos da empresa”, afirmou Joesley.

BALEIA ROSSI NEGA ENVOLVIMENTO

O deputado Baleia Rossi afirmou que não recebeu valor ilícito, como sugeriu planilha apreendida em Ribeirão Preto na operação Sevandija, de 2016.

Baleia disse que o empresário investigado era figura pública em Ribeirão Preto, mas que eles nunca foram amigos. O congressista disse que não houve intimação e acesso aos autos do inquérito.

Negou que tenha feito indicações políticas para a administração local.

Sobre as menções da delação da JBS, afirmou que Joesley já apresentou 3 versões distintas sobre um suposto pagamento e nenhum elemento de prova. O deputado nega ter recebido valores ilegais.

poder 360

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