Sem Carnaval, Salvador passa por um momento de transformação pós-axé music

Carnaval de Salvador é uma espécie de termômetro para a festa no resto do Brasil. Mas, há dois anos, por causa da pandemia da Covid-19, a cidade não pulsa a energia que lhe caracteriza em todo o verão há décadas.

E mesmo com as restrições deste período, uma ebulição cultural vem mudando a cara do Carnaval no estado, mas que, sem a realização da festa na rua, não encontra onde extravasar esta transformação cultural.

Um ponto, no entanto, é central nesta transformação: o enfraquecimento de uma indústria de entretenimento que ajudou a forjar a ideia de que a música baiana é sinônimo de Carnaval.

Sem hits nacionais há muitos anos, a axé music segue movimentando seus blocos e trios elétricos, desta vez no formato de festas fechadas, mas sem a força que tinha no final do século 20. E à medida em que este formato vai perdendo a importância, outras manifestações culturais, mais inclusivas, vão ocupando o vácuo deixado pelo mainstream do Carnaval baiano. A pandemia só dificulta a percepção sobre uma transformação que vem acontecendo há cerca de uma década na capital baiana.

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