PT foi a Lona… igual há 20 anos: como foi o desempenho do partido dos trabalhadores no 1º turno das eleições municipais 2020

Lula vota no último domingo (15) em São Bernardo do Campos (SP): ex-presidente, que capitaneou ascensão do PT, agora vê o partido diminuir de tamanho.
Lula vota no último domingo (15) em São Bernardo do Campos (SP): ex-presidente, que capitaneou ascensão do PT, agora vê o partido diminuir de tamanho.| Foto: Ricardo Stuckert/

O PT voltou 20 anos no tempo. Nas eleições municipais de 2000, dois anos antes da primeira eleição de Luiz Inácio Lula da Silva e do início da “dinastia” petista, o partido fez 174 prefeitos. Agora, findado o primeiro turno das eleições municipais de 2020, o partido conquistou praticamente a mesma quantidade de prefeitos: 179. Ainda que os brasileiros elejam algum candidato da sigla no segundo turno — o partido ainda disputa a preferência do eleitor em 15 cidades com mais de 200 mil habitantes —, o resultado não será muito diferente. O PT encolheu.

Dos 174 prefeitos eleitos 20 anos atrás, o PT aumentou seu tamanho para 400 prefeituras em 2004. Em 2008, saltou para 557 municípios. Em 2012, estendeu seu poder para 644 prefeituras. Com seus principais caciques desgastados pela Lava Jato e o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o primeiro tombo veio nas eleições municipais de 2016, quando recuou para 256 prefeitos eleitos.

O encolhimento do PT chama atenção. Sobretudo se não eleger um único prefeito em capitais. Em 2012, o partido elegeu quatro prefeitos em capitais: Marcus Alexandre Médici, em Rio Branco, com 50,77% dos votos no segundo turno; Luciano Cartaxo, em João Pessoa, com 68,13% dos votos no segundo turno; Paulo Garcia, em Goiânia, com 57,68% dos votos no primeiro turno; e Fernando Haddad, em São Paulo, com 55,57% dos votos no segundo turno.

Quatro anos depois, em 2016, o PT conseguiu uma única vitória nas capitais. A reeleição de Marcus Médici, na capital do Acre, com 54,87% dos votos. Em 2020, o partido tem dois candidatos no segundo turno, sendo ambos os segundo mais votados. Em Vitória, capital do Espírito Santo, João Carlos Coser obteve 37,4 mil votos, 21,82% do total válido. Em Recife, Marília Arraes conquistou 223,2 mil votos, 27,95% dos válidos.

A não eleição de um único prefeito em uma capital em 2020 seria um desastre para o PT. Mas indicaria a desaceleração observada não apenas em termos municipais, mas, também, estaduais. Em 2010, a legenda elegeu cinco governadores: Tião Viana, no Acre; Jaques Wagner, na Bahia; Agnelo Queiroz, no Distrito Federal; Tarso Genro, no Rio Grande do Sul; e Marcelo Déda, em Sergipe.

Em 2014, mesmo atacado pelo petrolão, ainda conseguiu manter os mesmos cinco governadores eleitos. Reelegeu Tião Viana, no Acre; manteve seu poder na Bahia, com a eleição de Rui Costa; e ainda emplacou Camilo Santana, no Ceará; Fernando Pimentel, em Minas Gerais; e Wellington Dias, no Piauí. As eleições de 2018, contudo, registraram um recuo.

Há dois anos, o PT conseguiu reeleger Rui Costa, na Bahia, Camilo Santana, no Ceará, Wellington Dias, no Piauí, e elegeu Fátima Bezerra no Rio Grande do Norte. Envolto em escândalos de corrupção, Fernando Pimentel obteve 23,12% dos votos válidos e não foi para o segundo turno. No Acre, Marcus Alexandre Médici, prefeito reeleito de Rio Branco que renunciou ao cargo para disputar o pleito, foi derrotado.

Resultados em antigos redutos eleitorais escancaram encolhimento do PT


A eleição em Rio Branco, antigo reduto eleitoral petista, foi simbólica. O candidato do PT, Daniel Zen, foi apenas o 5º mais votado, tendo recebido 7,1 mil votos, 4% dos votos válidos. Em Belo Horizonte, o espólio político de Fernando Pimentel foi insuficiente para emplacar uma forte candidatura. Seu representante na capital mineira, Nilmário Miranda, recebeu 23,3 mil votos ou 1,88%, o 6º mais votado

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