O recente protesto que reuniu milhares de alemães nas ruas de Berlim em reação às restrições de liberdades foi noticiado no Brasil como “organizado por neonazistas”. Inicialmente, a Carta Capital havia usado o termo, seguido pela Veja, que estampou a manchete: “Neonazistas e multidão protestam em Berlim contra isolamento”.
A solução do título foi de fato genial: unindo neonazistas a “multidão”, o veículo se exime do crime de imputar a ideologia de Hitler a todo o protesto e aos alemães, caindo na própria armadilha. Mas a rotulação pejorativa típica também é usada na mídia alemã, que considera quase qualquer opinião nacionalista ou conservadora como neonazismo, em um tipo de automatismo preconceituoso consagrado no jornalismo, assim como no Brasil.
Rubens é brasileiro e vive na cidade alemã de Bremen. Segundo ele, o neonazismo referido pelos jornais é quase insignificante no país, c…