O que diz o inquérito da PF revelado por Bolsonaro sobre a invasão hacker ao TSE

Quais são os riscos de fraude na urna eletrônica do TSE

O inquérito da Polícia Federal (PF) revelado na quarta-feira (4) pelo presidente Jair Bolsonaro relata uma investigação aberta em 2018 para apurar as circunstâncias de uma invasão hacker a sistemas internos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelada no fim daquele ano.

No dia 6 novembro de 2018, o jornalista Felipe Payão, do site de notícias TecMundo, encaminhou ao TSE um e-mail que recebeu de um hacker. Na mensagem, o hacker relatava ter explorado, por meses e de forma remota, a rede interna do tribunal.

“Com isso, obtive milhares de códigos-fontes, documentos sigilosos, e até mesmo, credenciais, sendo login de um ministro substituto do TSE (Sérgio Banhos), e diversos técnicos, alguns sendo ligados a alta cúpula de TI [setor de Tecnologia de Informação] do TSE, ligado ao pai das urnas (Giuseppe Janino)”, dizia o e-mail.

Ele contou que os técnicos do tribunal chegaram a notar um “tráfego suspeito”, mas não conseguiram interromper sua navegação dentro da intranet da Corte.

No e-mail, anexou ainda várias imagens para comprovar a invasão, contendo trechos de sistemas de preparação da urna eletrônica. Disse, por fim, que obteve “documentos sigilosos que podem comprometer o pleito” e “milhares de outros códigos”.

O aviso deflagrou uma imediata investigação. No mesmo dia, a então presidente do TSE, Rosa Weber, pediu à PF uma apuração do suposto cometimento do crime de “invasão de dispositivo informático”, com pena de 1 a 4 anos de prisão.

O documento compartilhado por Bolsonaro nesta quarta (4), de 210 páginas, contém parte do inquérito, que tramita de forma sigilosa e mostra detalhes, relatados pela apuração interna do próprio TSE, sobre como o hacker invadiu o sistema e obteve “dados sensíveis” do tribunal, segundo seus próprios técnicos.

Em entrevista na noite de quarta-feira (4) à rádio Jovem Pan, Bolsonaro disse que, na invasão, o hacker pode ter adulterado o programa de votação posteriormente instalado nas urnas eletrônicas. Na madrugada desta quinta-feira (5), o TSE divulgou nota oficial afirmando que o “acesso indevido não representou qualquer risco à integridade das eleições de 2018”.
gazeta do Povo.

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