Guerra Política: O Ethos Dos Comunistas & O Ethos Da Direita

Em vídeo divulgado hoje em seu canal no youtube, o professor Olavo de Carvalho tocou em um ponto essencial para entender a natureza da guerra política travada hoje no Brasil. O professor afirmou que, ao contrário da esquerda, a direita padece da falta de um ethos ou moralidade política comum que oriente sua conduta na guerra política, o que resulta numa direita anarquista, onde cada agente atua por conta própria, fazendo seus próprios juízos.

Em contraste, do lado da esquerda, existe um ethos revolucionário muito claro e bem definido, que orienta todo esquerdista a sempre defender seu companheiro, ainda que ele esteja errado. Por sua vez, a conduta da direita consiste em sempre e quase que por princípio desconfiar de seus pares, como se fosse obrigação moral de cada direitista estar sempre pronto para combater e atacar outro direitista.

Essa mentalidade está presente, por exemplo, em clichês tolos como aquele que diz que “não tenho político de estimação”, como se tal aforismo fosse a expressão máxima de inteligência e da retidão política. Na verdade, o clichê nada mais é que uma boçalidade, fruto de uma afetação pseudo-moralista pequeno-burguesa que enxerga na pose igualmente afetada, o equivalente do entendimento substantivo dos fatos e das coisas.

Na Era Bolsonaro, a conduta de muitos direitistas tem sido pautada pela preocupação em ser o primeiro a atacar seu companheiro de jornada, partindo-se sempre do pressuposto de que o outro está errado, independentemente de comprovação, e que não é digno de confiança a priori, pouco importando se esse ataque venha beneficiar tática ou estrategicamente os interesses do inimigo.

Foi o que fez Flavio Morgenstern em artigo sofrível no Senso Incomum, onde até mesmo a chacota desrespeitosa e fútil com o nome do Ministro da Educação, Abraham Weintraub, chamado no título do artigo de Abraham Weintrouble, já indica a intenção de confronto. Fato é que se existem troubles, não são aquelas associadas a Weintraub, mas às troubles de direitistas como Flavio Morgenstern, em entender os capítulos diários da guerra política no mundo real.

Cabe questionar o que move e o que leva direitistas a terem essa conduta autofágica. Em nosso entender, essa postura é no fundo de natureza emocionalmente defensiva, chegando às vezes às raias da covardia, como se todo direitista estivesse sempre movido pela necessidade imperiosa de provar sua superioridade moral em relação aos comunistas.

E escolhe fazer essa prova mostrando-se disposto a combater outro direitista, talvez para demonstrar que “não tem político de estimação” ou que é “intelectualmente independente”. Esse comportamento, ao nosso ver, situa tais pessoas no campo da infância ou no máximo da adolescência política, independentemente de seu grau de erudição. Acontece que a política, por definição, é operada na esfera adulta.

Não ocorre a estas pessoas que a defesa de valores judaico-cristãos e a disposição de combater um movimento político revolucionário que promove cerceamento da liberdade, ditaduras e genocídios em associação ao mundo do crime, já são por si mesmos os elementos que chancelam e conferem superioridade moral aos conservadores e à direita em relação ao comunistas-socialistas.

Um conservador e direitista não tem que pautar sua conduta pela preocupação em “provar” para os outros, e até mesmo para os comunistas, sua superioridade moral combatendo e atacando outros direitistas. A obrigação de um direitista hoje no Brasil é, em primeiro lugar, atingir a maturidade política, coisa que a maioria ainda não tem.

Em segundo lugar e atingida essa maturidade, cabe ao direitista hoje no Brasil entender que os verdadeiros inimigos são os comunistas, o crime organizado, os globalistas e o establishment político e midiático e acadêmico. E não um ministro endossado e respaldado pelo Presidente Bolsonaro. 

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