“Se eu tivesse ficado na Venezuela, teria morrido de fome”

Depois de anos de gestões catastróficas, a Venezuela está entrando em colapso, deixando milhões de pessoas famintas e doentes. Todos sabem que o governo repressor e incompetente de Nicolás Maduro precisa ser substituído urgentemente – mas são os cidadãos que contam essa história melhor que ninguém. Leia a seguir os depoimentos de alguns venezuelanos que conheci ao longo da fronteira com a Colômbia, ligeiramente resumidos por questão de espaço.


Estou dormindo neste parque (em Riohacha, na Colômbia) com meu filho, Edi, de três anos. Ele tem lábio leporino, mas nunca conseguiria fazer uma cirurgia na Venezuela. Estou torcendo para que dê certo aqui. Não posso trabalhar porque preciso cuidar dele, por isso tenho de pedir comida. Bom, pelo menos aqui tem o que comer. Posso estar dormindo no chão, na rua, mas estou melhor aqui do que na Venezuela.

Eu apoiava (o ex-presidente Hugo) Chávez, mas depois que entrou Maduro, a coisa degringolou de vez.

Caroline, 28 anos
Nunca pensei em um dia trabalhar em bordel, mas aqui tenho um lugar para dormir e me dão comida. É a melhor maneira de uma garota venezuelana ganhar dinheiro para a família. Mando o que ganho para meus pais e é graças a isso que eles estão conseguindo viver. Minha mãe sabe o que faço e me ajuda a esconder do resto do pessoal. Ela não gosta, morre de medo pela minha saúde e minha segurança. É o desespero que está fazendo a gente aceitar qualquer coisa que apareça para sobreviver.

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